TORTAS, OVOS E CACHAÇA – PARTE 3

Sexta-feira, 6 de abril de 2012. A noite chega e no bar próximo, numa roda de bebedeiras, cantigas masoquistas eram entoadas. Madrugada adentro, algo inédito aconteceu! Cunhados se estranharam e estrearam o UFC Boi Morto – À procura de confusões. Xingamentos, tapas, cadeiras quebradas, camisa rasgada e choro descontrolado de insatisfação, fizeram parte da calorosa estreia. Ainda na madrugada quase ocorre uma fatalidade. Meu maldito primo por pouco urina na minha mãe! Mamãe pensava que ele estava vomitando, mas quando despertou melhor, ela percebeu a minhoquinha do bêbado sonambulo e esquivando-se gritou desesperada: – Chega ele ta é mijando! E Assim, com essa frase divina, terminara a Sexta e doce feira da paixão.

TORTAS, OVOS E CACHAÇA - PARTE 2

Sexta-feira, 6 de abril de 2012. O dia em que o restante da família chegara para celebrar a respeitosa sexta- feira da paixão. Pela manhã ouvimos o som da buzina de um carro, era o meu tio trazendo um presente de grego. Ele trazia consigo a minha irmã, que por sinal estava levemente alterada pelo álcool. Como essa menina perturbava! Nunca tinha ouvido ela conjugar tantas vezes o verbo amar. Ela amava todo mundo, até o amor ela amava. Os jovens da  família e amigos começaram cedo, se dirigiram para a praça central, debaixo do grandioso pé de faveira e beberam as bebidas mais sagradas possíveis, ao som de uma banda que tocava na seresta de um bar vizinho. Engraçado era a vocalista, linda, loira e irritante acusticamente cantando. Os recém chegados, ainda tiveram disposição para jogo de futebol e brincadeiras tipicamente infantis. Dentro da minha sã cabeça, vira a cena de crianças interioranas do buchão com nariz escorrendo de catarro! Tipico! A noite chega e o que acotece nela estará na próxima postagem. Aguarde seu curioso!

TORTAS, OVOS E CACHAÇA - PARTE 1

Avenida dos Fofoqueiros

É Perceptivel que boa parte dos meus relatos tem sempre como cenário o Boi morto. Estou começando a acreditar que o destino queira revelar algo, mas enquanto não vejo a revelação vou descrevendo os fatos ocorridos.

Quinta - feira, 5 de abril de 2012. Chego no interior mais badalado de Timon para passar a nobre semana santa, grande evento movido pelos irmãos cristianismo e capitalismo. Esse ano a família ficou dividida. Uma parte ficou na zona periférica, localizada na Avenida dos Fofoqueiros, já a outra parte na Avenida Irmãos Fingidos, principal avenida do Boi morto. E a quinta - feira santa foi assim, de acomodações, bem tranquila comparado ao dias que sucederam.

A DEFICIÊNCIA ESCRITA

Nota de pesar.

Estou muito feliz em saber que na minha família tem um escritor! Esse tiraria a nota máxima no ENEM!

A DEFORMAÇÃO CAPILAR

 Já contei  do meu lindo cabelo ondulado? Não! Então não se preocupem, pois irei relatar como é tão divertido mantêr a ordem de um cabelo tão bem fábricado como o meu. Bem, meu cabelo é uma ótima combinação de traços genéticos. Minha mãe tem o cabelo liso, já o meu pai um cabelo enrolado, crespo ruim e diante dessa mistura o meu torna-se ondulado. A cada mês eu corto e durante os vinte dias é uma beleza, consigo mantê-lo penteado. Agora, depois de vinte e cinco dias, haja paciência. Uma arapuca começa a se formar, os fios dão uma leve enrolada e constituem ondas que mais parecem tsunamis. Quando acordo, não consigo me olhar no espelho, não me reconheço, vejo um negão da década de setenta com um Black Power. Santo Deus! Nem insisto em perguntar se tem alguém mais bonito do que eu. Nem pensar em pentear, pois da ultima vez que fiz isso, vários dentes do pente entortaram. A única tentativa de pentear o dito cujo é molhado. Aliás, arrumar esse danadinho requer anos de experiência e isso cosegui parcialmente com bastante prática desde a infância. Uma boa sorte pra você que se encontra nessa situação. Não desista nunca.

A MASTURBAÇÃO NECRÓFILA

 Sempre que digo aos meus colegas que tenho mortos como vizinhos, eles se espantam, fazem o sinal da cruz e dizem: Deus me livre! Para mim é super normal, já que nunca vi uma alma. Eu tinha medo mesmo era dos vivos que pulavam o muro do cemitério e roubavam as galinhas do meu quintal. Filhos da @#$% ! Enfim, o mais estranho é você presenciar alguém se masturbando no cemitério. No princípio você fica desnorteado, esfrega os olhos e se pergunta se aquilo é verdade, depois volta a si e descobre que é real. O mais intrigante é que de tantos lugares para bater uma, usar o cemitério como fonte de prazer é inacreditável. Sentar no túmulo e ficar se contorcendo quando chega o orgasmo é anormal! Por dias fiquei pensando naquilo que vira e me perguntando: Porque os defuntos permitem que um safado goze da morte deles?

CARNAVAL NO BOI MORTO - BLOCO UNIDOS DA CACHAÇA

Segunda-feira de carnaval foi definitivamente o melhor dia. Ou o pior? Melhor para alguns e pior para outros. Nesse dia meu primo e meu querido amigo resolveram beber Vodka misturada com Sprite limão e audaciosos complementaram com cerveja. O resultado não poderia ser outro! Alterados pelo frescor do álcool e com o anus cheio de cana, se tornaram dois descontrolados retardados e cheios de si. Meu amigo possuído pelo espírito do Crô, dizia que queria dormir comigo. Eu afirmei que preferia dormir com o capeta do que com ele. Mamãe ouviu e disse que aquilo não era coisa para se dizer e pediu para vovó rezar por mim. Fazer o quê! Meu primo impaciente com a fila do banheiro, resolvera banhar de mangueira nos fundos da casa, porém era possível visualizar suas partes intimas, o que gerou-me certo trauma psicológico. Já meu amigo quando estava armando a rede, derrubara sua mulher. Coitadinha, a bichinha ficou com um calo na bunda! Maldade ou inocência? Fico com a primeira opção. Ele adorava se vangloriar, afirmava que estava louco para cruzar, coisas desse tipo, como esconder o grilo, não sei, algo assim. Este mesmo personagem comeu um milho bastante sapecado, que na sua visão e paladar estava perfeito. Louco! O produto foi um vômito bem inflamável com risco de explosão devido o alto teor etílico. Voltando para o meu primo, esse parecia um João bobo! Ora inclinava para frente, ora para trás, ora para o lado, quase caiu na churrasqueira. Depois dessas travessuras, ambos foram dormir. E no dia seguinte, o sistema digestório do meu primo não aguentara a comilança e obrigou o coitado a correr pra o troninho. Quem acordou o pessoal da casa não foi o canto do galo e sim o enorme barulho, gemidos e cheiro da evacuação vinda do banheiro. Mais tarde ele ainda inventara em tomar caldo de carne. O preço dessa invenção ocasionou queda de moto e uma perna queimada. Ai, ai, se não sabe brincar não desça para o play!   

CARNAVAL NO BOI MORTO - MÁSCARAS

Domingo de carnaval e por volta das seis e meia da manhã uma conhecida da vila bovina passa cedo em frente a casa da vovó e grita: - Só quero se for com bolo! Aquilo chamara minha atenção. A danada se auto convidou para o café. Essa história de que o povo do interior é besta está equivocada, eles são os mais veacos e espertos! Enfim, nesse dia o resto da família chegara tornando o ambiente mais animado. Durante o dia houve tentativas frustradas de capturar passarinhos, conversas indiscretas e ataques histéricos, este ultimo credenciado pela minha prima com participação especial do seu namorado, o vinho e a vovó, suspeitando de uma possível possessão demoníaca. Durante a noite, joguei dominó com os dois autores do histerismo. Como os pratos culinários da família são bem temperados, carregados e ainda com toque de milho assado, o efeito digestivo começava a espairecer. Em cada momento do jogo, bombas de efeito moral eram lançadas e a vontade de vomitar vinha a tona. Foi uma noite de flatulências!

CARNAVAL NO BOI MORTO - O MOTORISTA SEPTUAGENÁRIO

O maior evento do ano, símbolo de curtição e preguiça. Nesse ano passei o Carnaval na região interiorana da minha querida cidade, especificamente no Boi morto. Decidi ir por esperteza, ora pois, minha mãe fora e eu não estava disposto a ocupar o cargo de doméstica. Interessante foi a forma que desloquei-me para o Boi morto. Fui no possante do meu vovô, uma linda belina e como ele não tem habilitação fomos por um caminho alternativo para evitar um desastre. A estrada parecia uma lagoa infinita, eram tantos buracos, tantas lamas que a velocidade deixava Rubens Barrichello para trás, afinal vovô é super "habilidoso" na direção. Na maioria das lamas vovô trafegava tão devagar que estancava o carro e ficávamos mergulhados num mar de lama. Fui a viagem toda aflito, angustiado, desesperado, mas no fim das contas deu tudo certo. Chegamos sem nenhum problema à terra da discussão, do fuxico e da paranormalidade. À noite desse dia, tivemos a primeira sessão de milhos assados, o que indicava futuras flatulências.